Processos Terapêuticos

Sair de um abuso narcisista nem sempre é simples e a recuperação é um processo que muitas vezes precisa de uma ajuda efetiva. Existem inúmeras abordagens terapêuticas e todas elas podem ser eficientes desde que realizadas com ética e respeito a quem está nesse caminho. A terapia holística é uma abordagem complementar e que possui diversas ferramentas que podem auxiliar de maneira efetiva. Dentre essas possibilidades, a PNL (programação neurolinguística) e a hipnose são alternativas interessantes para quem precisa trabalhar suas questões. Esse processo é complementar e não exclui um acompanhamento que deve ser feito com psicólogo e/ou psiquiatra.

Hipnose - Um breve histórico

Em sua origem, a hipnose se apresentava envolta em mistério e superstições. Os resultados alcançados através da técnica eram atribuídos ao poder das pessoas que as realizavam e os registros históricos apontam sua prática na velha civilização babilônica, na Grécia e Roma antigas.

Papiros de 1.500a.C registram uma sequência de escritos médicos que descreviam como aliviar a dor e as doenças induzindo o enfermo a um estado hipnótico no "Templo dos Sonhos" no Egito antigo. 

Também através da hipnose, na segunda metade do século XVIII,  o padre jesuíta Gassner realizava na Alemanha do Sul a técnica numa dezena de milhares de pessoas. Na época, o fenômeno era teatralizado por ele e atingia resultados surpreendentes.

A hipnose passou a ter uma versão menos fantástica com a influência de Franz Anton Mesmer, um estudioso da astronomia que acreditava que as doenças resultavam dos fluídos astrais e a cura dependia da regulagem adequada dos mesmos. Defendia em sua teoria (Mesmerismo animal) que algumas pessoas teriam o poder de controlar esses fluídos. Seus experimentos de magnetização (direta e indireta) levavam os pacientes a um estado de transe onde curas eram promovidas através de convulsões.

Com a morte de Mesmer, a ciência estava por cair em esquecimento, até que surge a figura de um dos seus discípulos: marquês de Puységur.

Em uma das ocasiões onde empregava as técnicas de Mesmer, Puysgúr magnetizou um jovem camponês que tinha problemas pulmonares e que no lugar das já conhecidas convulsões, entrou num estado de sono e repouso, passando a mover os lábios e a falar mais inteligentemente do que no estado normal, chegando a indicar para si próprio um tratamento para sua doença.

O discípulo passou então a sugerir aos pacientes paz, repouso, ausência de dor e um estado pós-hipnótico agradável, uma norma que se perpetuou na prática hipnótica dali em diante.

No ano da morte de Mesmer, em Paris, o descendente de uma família brâmanes hindus convertida ao cristianismo, Abade Faria, estimulado por Puységur avançou seus estudos sobre o método. Recomendava o relaxamento muscular ao “sujet”, fitava-lhe firmemente os olhos e em seguida ordenava em voz alta : “DURMA!” A ordem era várias vezes repetida. As pessoas mais suscetíveis entravam imediatamente em transe hipnótico.

O fim do magnetismo animal veio em 1841 com os estudos do cirurgião oftalmologista Inglês de Manchester, Dr. James Braid. Observando os fenômenos hipnóticos, constatou através de base científica que  o transe assemelhava-se a um estado de sono que deviam-se à natureza física, mecânica e funcional, descartando o Mesmerismo.

Em 1843 surge com Braid o termo HIPNOSE  (HIPNOS - do grego - sono)-  ao publicar "Neurypnology; or, The Rationale of Nervous Sleep", acreditando que o fenômeno era devido a um tipo de sono nervoso.

Mais tarde pode constatar que haviam diferentes níveis de suscetibilidades e que a indução dependia da contribuição pessoal do paciente, sua concentração. Introduziu, então, o método de fixação do olhar para indução a um estado hipnótico, sendo considerado historicamente como Pai do hipnotismo.